Doenças auto-imunes e Imunodeficiências

domingo, 10 de abril de 2011

As doenças auto-imunes desenvolvem-se quando o sistema imunitário do corpo não reconhece os seus próprios tecidos normais e os ataca e destrói como se fossem estranhos.
Apesar de não se conhecer a fundo a causa destas doenças, que podem afectar um ou vários órgãos, acredita-se que, em alguns casos, são desencadeadas pela exposição a microrganismos e fármacos, sobretudo em pessoas com uma predisposição genética para este tipo de patologias.
Os sintomas das doenças auto-imunes estão relacionados com o não funcionamento dos órgãos ou tecidos afectados. Além disso, entre os sintomas comuns e generalizados encontram-se: cansaço e fadiga, tonturas e desmaios, mal-estar e febre.
O diagnóstico é determinado a partir de análises ao sangue e outros exames, que indicam o grau de perda de função no sistema orgânico afectado. A recontagem de glóbulos brancos pode, por exemplo, indicar que o número destas células diminuiu. Os níveis de determinadas imunoglobinas e de outras proteínas no sangue podem ser mais elevados do que os normais.
Não há cura para este tipo de doenças.
No entanto, nas patologias que afectam os componentes do sangue podem ser necessárias transfusões sanguíneas. Nas patologias que afectam os ossos, as articulações ou os músculos, é, por vezes, necessário tomar medidas para facilitar a mobilidade ou outras funções.
No tratamento destas patologias podem ser usados imunossupressores (fármacos que inibem a acção do sistema imunitário).
Exemplos de algumas doenças auto-imunes: artrite reumatóide, esclerose múltipla, lúpus, psoríase, tiróide, diabetes tipo I (insulinodependente) e tipo II.



O sistema imunitário pode revelar várias deficiências no seu funcionamento dando origem a desequilíbrios e doenças. São compreendidas por deficiências do sistema imunitário a ausência de linfócitos T ou défice dessas células que provoca no indivíduo uma maior sensibilidade a vírus e a infecções bacterianas intracelulares; a ausência de linfócitos B, que sujeitará o indivíduo a infecções extracelulares causadas por muitas bactérias; a deficiência de fagócitos ou de outros intervenientes do sistema imunitário.
Como todos os agentes do sistema imunitário interagem, basta um estar em falta para que todas as linhas de defesa fiquem perturbadas. Por essa mesma razão, algumas doenças resultam da incapacidade do sistema imunitário responder com eficácia aos agentes que ameaçam o organismo e designam-se genericamente, imunodeficiências.
As imunodeficiências podem ser congénitas ou adquiridas.

Imunodeficiências congénitas ou inatas
A falta de linfócitos T traduz-se numa maior sensibilidade a agentes infecciosos intracelulares, vírus e cancros e a falta de linfócitos B traduz-se numa maior sensibilidade a infecções extracelulares.
A imunodeficência grave combinada (SCID) caracteriza-se pela ausência de linfócitos B e T. Os doentes são extremamente vulneráveis e apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis.
O tratamento, desta imunodeficiência, pode ser feito através do transplante de medula óssea ou terapia génica.


Imunodeficiência adquirida – SIDA
A SIDA é causada pelo vírus de imunodeficiência humana - HIV.

O HIV é um vírus de RNA (retrovírus) que infecta principalmente os linfócitos T(H), mas também outros linfócitos, macrófagos e células dos sistema nervoso. O organismo reage à infecção viral, podendo identificar-se três fases:

  • Primo-infecção - ocorre a proliferação rápida do vírus e uma diminuição da população de linfócitos T auxiliares;
  • Fase de latência (assintomática) - A situação estabiliza durante vários anos, estabelecendo-se um equilíbrio em que a resposta imunitária limita o desenvolvimento do vírus. São produzidos muitos anticorpos e proliferam linfócitos T citotóxicos que matam células infectadas;
  • Fase da imunodeficiência (fase sintomática) - O sistema imunitário não responde convenientemente, a carga viral aumenta, o número de linfócitos T baixa drasticamente, instalando-se infecções oportunistas.

No interior da célula hospedeira, o RNA viral é transcrito para DNA pela transcriptase reversa e o DNA é integrado no genoma.

Quando activo, o DNA viral dirige a produção de novos vírus que causam a destruição de células hospedeiras e infectam novas células. A diminuição progressiva do número de linfócitos T deixa o organismo muito susceptível a doenças oportunistas e a cancros.

Os vírus que se encontram no interior de células, podem transmitir o HIV.

De momento, não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode ser tratada por drogas inibidoras de transcriptase reversa (AZT) e das proteases e inibidores da ligação do vírus às células hospedeiras. Atendendo a que os tratamentos disponíveis ainda não são curativos, visando apenas atrasar a reprodução do vírus, deve apostar-se fortemente na prevenção, evitando comportamentos de risco.




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